Trabalho para doação de órgãos é destaque na Câmara

        No período de campanha “Setembro Verde” para conscientização e incentivo a doação de órgãos, a Câmara Municipal de Uruguaiana recebeu o médico responsável pela Comissão intra-hospitalar para doação de órgãos e tecidos para transplantes (CIHDOTT) do Hospital Santa Casa de Uruguaiana, Luiz Fernando Ximenes Cibin.

        Por proposição dos vereadores Márcia Fumagalli (PSB) e Paulo Kleinubing (Republicanos), no dia 28 de setembro de 2023, o profissional de saúde explanou sobre a seriedade do trabalho de captação e distribuição de órgãos, a importância de manifestar em vida o desejo de ser doador, e como é necessário o ato para salvar vidas.

        “A campanha é neste mês, mas todo o ano deve haver a conscientização porque o ato melhora a qualidade de vida e essa tem importância diária. Buscamos conscientizar que o trabalho é sério para que as pessoas se manifestem doadoras com segurança aos familiares”, salienta Cibin.

        Em Uruguaiana, a captação de órgãos é realizada somente com doadores falecidos e não há procedimento de transplante. Quando há constatação de morte encefálica, comunica-se a central de transplantes do Estado que mobiliza equipe de Porto Alegre para realizar a captação e direcionar conforme a fila regulada pela central.

         Há lei regulando a doação de órgão e estabelece que a distribuição é gratuita, somente é realizada por equipes cadastradas no SUS, e padroniza os protocolos do procedimento. O diagnóstico de morte encefálica deve ser feito por dois médicos, com a identificação da perda completa e irreversível das funções cerebrais, através de exames clínicos como estímulo doloroso, pupila fixa, e ausência de movimentos respiratórios espontâneos após a interrupção de ventilação.

       A retirada de tecidos e órgãos dependerá da autorização de qualquer um de seus parentes maiores, na linha reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, ou medida do cônjuge, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.

            Conforme dados da central, em 2023 foram captados 494 órgão na rede estadual de saúde e a lista de espera para transplante no mês passado foi de 2877 pacientes. No Estado, em agosto foram 69 notificação de morte encefálica e apenas 22 doadores efetivos. A maior causa de não efetivação da doação é a negativa da família e entre os motivos para o não consentimento está o não doador em vida, familiar contrário e demora na entrega do corpo.