Presidente da Corsan traz proposta de investimentos para o município

O diretor-presidente da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Mário Rache de Freitas, anunciou, nesta quinta-feira, na Câmara Municipal de Uruguaiana, o teor da proposta que a empresa trouxe ao município para garantir a renovação do contrato de concessão dos serviços públicos de distribuição de água potável e de saneamento básico. A proposta prevê o investimento de R$ 10 milhões, até 2010, em obras de conclusão da bacias 1 e, posteriormente das bacia 3 e 4, atendendo com saneamento básico os bairros mais densamente povoados da cidade. Grande parte dos recursos viriam do Orçamento da União.

O presidente da estatal também apresentou a proposta de criação de um fundo de gestão compartilhada para onde seriam destinados 100% da receita de esgotamento sanitário e 5% da receita da distribuição de água, captadas em Uruguaiana. Os recursos teriam uso exclusivo na ampliação do sistema de esgotamento sanitário da cidade, garantindo a permanente ampliação das redes de esgoto. A proposta prevê que os recursos sejam geridos pela prefeitura e pela Corsan em conjunto.

– É uma proposta concreta, factível e possível, que faria recuperarmos o déficit de saneamento em Uruguaiana. Tenho a expectativa de que a Corsan e a prefeitura chegarão a um entendimento sobre essa proposta, renovando o contrato de concessão – declarou.

Freitas pediu desculpas à comunidade por duas vezes ao tomar conhecimento da insatisfação da população com a falta de esgota em grande parte da cidade. No entanto, o presidente da Corsan foi otimista ao prever que, até meados de 2010, Uruguaiana passaria a ter rede de esgoto atendendo entre 50% e 60% da população. Atualmente, a rede de esgotamento chega até 18% da população local.

A falta de saneamento básico em grande parte da cidade foi a principal crítica que os vereadores manifestaram ao presidente da Corsan. Para o vereador Francisco Barbará (PTB), a cidade não pode mais ser tratada como “tapa-buraco” para outros municípios gaúchos deficitários.

– Até quando os recursos captados em Uruguaiana serão enviados para cobrir investimentos em outras cidade gaúchas? Nós não podemos mais aceitar isso, especialmente porque crianças estão brincando no esgoto a céu aberto – disse Barbará.

O vereador Mauro Brum (PMDB) também manifestou sua preocupação com relação ao possível fim do contrato da Corsan. Brum comentou que até o momento não há, por parte do executivo municipal, projetos de lei para a criação de uma autarquia e nem previsão orçamentária de ressarcimento da Corsan. “Não há sequer licitação pública para uma nova empresa assumir o serviço. E como ficará Uruguaiana após o dia 14 de setembro quando finda o contrato com a Corsan?”, questionou. O presidente da estatal encerrou a visita, enfatizando que, com acordo ou sem acordo, a Corsan não irá abandonar o município de Uruguaiana.

5 de junho de 2008