Evento promovido pela Frente Parlamentar da Mulher reúne comunidade e lideranças regionais em Uruguaiana
A Frente Parlamentar da Mulher da Câmara Municipal de Uruguaiana realizou, na tarde do dia 24 de julho de 2025, o evento “Debates e Soluções sobre a Violência Doméstica”, reunindo representantes da comunidade, movimentos sociais, instituições públicas e lideranças dos municípios de Uruguaiana, Alegrete, Itaqui e Barra do Quaraí.
O encontro aconteceu no auditório do Colégio Marista Santana e contou com a presença da delegada Tatiana Bastos, diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis da Polícia Civil-RS, mentora e professora de Direito Penal, que compartilhou reflexões e experiências práticas no enfrentamento à violência contra a mulher.
A iniciativa foi proposta pela vereadora Márcia Fumagalli (Republicanos), presidente da Frente Parlamentar da Mulher, em parceria com as demais vereadoras Lilian Cuty, Manoela Couto e Stella Luzardo. Participaram do evento representantes do Poder Executivo, órgãos de segurança, instituições de ensino, entidades sociais, profissionais das áreas da saúde e do direito, além de estudantes e comunidade em geral.
Durante as discussões, foram abordados temas como o ciclo da violência, medidas de prevenção ao feminicídio, violência de gênero e seus impactos na vida das mulheres e suas famílias, a importância da denúncia, os avanços proporcionados pela Lei Maria da Penha e o papel fundamental da rede de apoio às vítimas, composta por família, amigos, órgãos de segurança, saúde, assistência social, educação, Judiciário e movimentos sociais.

Dados apresentados
A delegada Tatiana Bastos também apresentou dados sobre a violência contra a mulher no Rio Grande do Sul, reforçando a urgência de ações integradas e permanentes para prevenção e acolhimento. Conforme exposto, violência contra a mulher é qualquer ação que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, enquanto a violência de gênero é uma expressão das desigualdades estruturais entre homens e mulheres, motivada exclusivamente pelo fato de a vítima ser mulher. Esse tipo de violência busca manter relações de subordinação e controle, sendo reflexo direto de uma cultura machista e discriminatória. Segundo a autoridade, aompreender essas definições é essencial para enfrentar o problema de forma sistêmica, combatendo tanto as agressões visíveis quanto os padrões sociais que as sustentam.
Segundo a 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher (2023), realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, 3 em cada 10 brasileiras já sofreram violência doméstica, e 61% das vítimas não procuraram uma delegacia. No Rio Grande do Sul, o Mapa do Feminicídio 2024 aponta que 84,7% dos agressores são companheiros ou ex-companheiros e que a residência foi o local de 72% dos crimes, revelando que o espaço que deveria oferecer proteção muitas vezes se transforma em cenário de agressões.
O cenário de desigualdade também se reflete em dados globais. Segundo o Global Gender Gap Report 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, o mundo ainda levará cerca de 123 anos para alcançar a paridade total de gênero.
Todas as fotos no Facebook da Câmara Municipal de Uruguaiana.