Ibama e Corsan apresentam informes sobre qualidade da água do Rio Uruguai

O chefe do Escritório Regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Maurício Vieira de Souza, e a técnica do Departamento de Ensaios e Apoio Laboratorial da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Andréia Vidal dos Anjos, apresentaram, na Câmara Municipal de Uruguaiana, um relatório sobre a qualidade da água do Rio Uruguai. Considerada uma das melhores águas brutas do Estado, o Rio Uruguai é alvo de um alerta tanto do Ibama, quanto da Corsan. As duas instituições alertam sobre a possibilidade de ocorrerem novamente as proliferações de algas azuis (cianobactérias) em períodos de estiagem prolongada.

As algas azuis ocorrem de forma natural no ambiente, mas aumentam a sua floração quando as águas dos rios se tornam lentas, provocando mau cheiro e alteração no sabor da água. Estas algas produzem dois tipos de toxinas (neurotoxinas e hepatotoxinas) que afetam o sistema nervoso e o fígado das pessoas. No Rio Uruguai, o primeiro registro de cianobactérias ocorreu em 2002, em vários pontos da bacia hidrográfica, entre Porto Xavier e Uruguaiana. Depois, houve registro em dezembro de 2005 e janeiro de 2006, fato que colocou a captação de água, em Uruguaiana, no nível de alerta. Posteriormente, o fenômeno voltou a ocorrer nos primeiros quatro meses deste ano, colocando Uruguaiana sob o nível de vigilância.

Conforme o chefe do Ibama, em Uruguaiana, os fatores que contribuem para a proliferação das algas azuis são o déficit hídrico, as águas das lavouras ricas em nitrogênio e o dejetos sanitários não tratados. “No mundo, não há solução técnica disponível para o problema da proliferação das algas azuis. A volta das ocorrências do fenômeno dependerá das condições ambientais da bacia hidrográfica, da recuperação das matas ciliares, do uso moderado de fertilizantes e do saneamento básico ”, disse Souza.

A técnica da Corsan, Andréia dos Anjos, declarou que apenas o consumo de água tratada evita o risco para a população. Segundo ela, nos primeiros quatro meses desse ano, a Corsan necessitou adotar como medida de tratamento a aplicação de carvão ativado. “A Corsan utilizou cerca de 4,5 toneladas de carvão ativado por mês para garantir a qualidade da água a ser distribuída”, disse. O uso do carvão aumenta em três vezes o custo de tratamento. Com o alerta feito pelas duas instituições, a Câmara Municipal de Uruguaiana irá promover uma audiência pública para tratar o assunto. A data da audiência ainda não foi agendada.

1 de julho de 2008